Esclerose Lateral Amiotrófica – Pesquisas com canabinoides

A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença neurodegenerativa que progride rapidamente causando a eventual morte de neurônios que controlam músculos voluntários. Estudos têm mostrado que a canabis efetivamente diminui a velocidade de progressão da doença e ajuda os pacientes a controlar os sintomas associados.

Visão geral da ELA (Esclerose Lateral Amiotrófica)

A ELA ou doença de Lou Gehrig, é uma doença que afeta as células neuronais no cérebro, medula espinhal e córtex motor, e é responsável pelo controle de músculos voluntários. A doença impede a nutrição dos neurônios, causando sua morte. Consequentemente o cérebro se torna incapaz de controlar os músculos estriados. Quem sofre de ELA pode perder a capacidade de se mexer, comer, falar e até mesmo respirar.

A causa da Esclerose Lateral Amiotrófica continua desconhecida. Existem dois tipos da doença – esporádica e familiar. De acordo com a Associação de pacientes com ELA nos Estados Unidos, o tipo esporádico da doença representa entre 90 e 95% dos casos da doença no país. Já a ELA familiar, que é hereditária, representa entre 5 e 10% do total de diagnósticos. A associação reporta que a doença geralmente atinge pessoas entre 40 e 70 anos de idade, e é 20% mais comum em homens do que em mulheres.

Não existe cura para a ELA e de acordo com o Instituto Nacional de Distúrbios Neurológicos e AVC, a maioria das pessoas que desenvolvem a doença morrem de parada respiratória entre 3 e 5 anos do aparecimento dos sintomas. Uma vez que ainda não tem cura, o tratamento da doença se restringe ao retardamento da degradação dos neurônios motores com a ajuda do medicamento Riluzole. No entanto, ele não reverte os danos neuronais já ocorridos, prolongando a sobrevivência por apenas alguns meses.

Também é comum os médicos prescreverem medicações para ajudar a combater a fadiga, aliviar câimbras, minimizar os espasmos musculares e reduzir o excesso de salivação e muco. Às vezes também é receitado medicamentos para ajudar com depressão, problemas de sono, dor e constipação.

Descobertas sobre os efeitos da canabis na ELA

Há tempos a canabis tem sido associada a efeitos benéficos à redução da velocidade de progressão da doença, oferecendo alívio dos sintomas. Estudos pré-clínicos indicam que os canabinoides, incluindo o tetraidrocanabinol (THC) psicoativo, possuem efeitos antioxidantes, anti-inflamatórios e neuroprotetores. Diversos estudos clínicos com animais demonstraram que a administração de canabinoides pode retardar o desenvolvimento da doença e desacelerar sua progressão, prolongando a vida de neurônios 3, 4, 5.

O canabidiol (CBD), outro composto encontrado na canabis, porém sem efeitos psicoativos, tem demonstrado retardar significativamente os primeiros sintomas da Esclerose Lateral Amiotrófica 6.

A canabis também pode ajudar pacientes com ELA a gerenciar os sintomas da doença, como dores, perda de apetite, depressão, problemas no sono, espasticidade e excesso de salivação 1, 4. A canabis combate as dores associadas à doença devido a seus efeitos analgésicos e anti-inflamatórios, além de tratar a espasticidade, por funcionar como relaxante muscular. Em diferentes estágios da doença a canabis ajuda os pacientes como estimulador de apetite 4.

Estudos recentes com a canabis

Referência:

  1. Amtmann, D., Weydt, P., Johnson, KL., Jensen, M.P., and Carter, G.T. (2004). Survey of cannabis use in patients with amyotrophic lateral sclerosis. The American Journal of Hospice and Palliative Care, 21(2), 94-104. Retrieved from
    http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/104990910402100206.
  2. Amyotrophic Lateral Sclerosis (ALS) Fact Sheet. (n.d.) National Institute of Neurological Disorders and Stroke. Retrieved from
    http://www.ninds.nih.gov/disorders/amyotrophiclateralsclerosis/detail_ALS.htm.
  3. Bilsland, L.G., Dick, J.R., Pryce, G., Petrosino, S., Di Marzo, V., Baker, D., and Greensmith, L. (2006). Increasing cannabinoid levels by pharmacological and genetic manipulation delay disease progression in SOD1 mice. The FASEB Journal, 20(7), 1003-1005. Retrieved from
    http://www.fasebj.org/content/20/7/1003.long.
  4. Carter, G.T., Abood, M.E., Aggarwal, S.K., and Weiss, M.D. (2010). Cannabis and amyotrophic lateral sclerosis: hypothetical and practical applications, and a call for clinical trials. American Journal of Hospice & Palliative Medicine, 27(5), 347-356. Retrieved from
    http://journals.sagepub.com/doi/pdf/10.1177/1049909110369531.
  5. Raman, C., McAllister, S.D., Rizvi, G., Patel, S.G., Moore, D.H., and Abood, M.E. (2004). Amyotrophic lateral sclerosis: delayed disease progression in mice by treatment with a cannabinoid. Amyotrophic Lateral Sclerosis & Other Motor Neuron Disorders, 5(1), 33-30. Retrieved from
    http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/14660820310016813.
  6. Weydt, P., Hong, S., Witting, A., Moller, T., Stella, N. and Kliot, M. (2005). Cannabinol delays symptom onset in SOD1 transgenic mice without affecting survival. Amyotrophic Lateral Sclerosis & Other Motor Neuron Disorders, 6(3), 182-184. Retrieved from
    http://www.tandfonline.com/doi/abs/10.1080/14660820510030149?journalCode=iafd19.
  7. What is ALS? (n.d.). ALS Association. Retrieved from
    http://www.alsa.org/about-als/what-is-als.html.